Não há artifícios, nem filtros, no projecto de Mateus Nicolau de Almeida e da sua mulher, a basca Teresa Ameztoy. É trabalho puro. Uma força vital que brota do xisto, que fura a terra com esforço, com suor que cai das têmporas e se limpa com as costas das mãos. A dureza da pedra não serve sequer de metáfora. É dura, ponto. A vida na vinha neste Douro Superior nunca se fez branda. Nunca se fez mansa. É vida de eremita. De gente de cabeça dura e força na alma. E um pouco louca também. Como Mateus. Bisneto do fundador da Ramos Pinto, neto do criador do Barca Velha, é filho de um histórico do vinho português, João Nicolau de Almeida. Conheceu Teresa no curso de Enologia em Bordéus. E construíram adega e família no alto de uma montanha árida, furando cimento e transformando pedra em magia. Juntos.